Estudo aponta que mais de 35 milhões de brasileiros vivem sem água tratada

 Estudo aponta que mais de 35 milhões de brasileiros vivem sem água tratada

janeiro 16, 2023 Off Por admin

O acesso à água potável depende diretamente de ações realizadas pelo Estado, que deve regular o exercício, assim como de ações individuais ligadas ao uso da água, diz especialista

Mais de 70% do corpo humano é composto por água. É ela que ajuda a hidratar, transportar nutrientes e a eliminar toxinas por meio da urina. Para o funcionamento de todas as funções do organismo, é recomendado o consumo de 2 litros de água por dia, por isso, hidrate-se bem. Dentre os principais benefícios do consumo diário de água, estão: a diminuição das dores de cabeça, o alívio da prisão de ventre, a diminuição do risco de pedras nos rins e a proteção do coração.

Caso a quantidade de líquidos do organismo se encontre abaixo do necessário, a sede surge como um sinal de alerta biológico. De acordo com o Guia de Alimentação para a População Brasileira, do Ministério da Saúde, o balanço diário de água é controlado por sofisticados sensores presentes no cérebro e em diferentes partes do corpo. Apesar dos seres humanos conseguirem sobreviver algumas semanas sem alimentos, é impossível viver sem água. A falta do insumo básico pode causar fraqueza, tontura, dor de cabeça, fadiga, e, em casos graves, levar à morte por infecção.

Agora, como prevenir sintomas e doenças ligadas à água, quando grande parte da população vive sem o acesso ao recurso básico? Segundo dados do Instituto Trata Brasil, 35 milhões de brasileiros vivem sem água tratada e 100 milhões não têm acesso a sistemas de tratamento de esgoto. Em 2019, a OMS divulgou que uma em cada dez pessoas adoecem todos os anos por ingerir alimentos contaminados. Como resultado, em torno de 420 mil pessoas perdem a vida, anualmente.

Para Fernando Silva, CEO da PWTech, startup de purificação de água contaminada, a restrição quanto ao acesso do recurso hídrico expõe a desigualdade social existente no país e aumenta a preocupação de entidades ligadas à saúde. “Em muitos casos, por não viverem em ambientes com água potável e saneamento básico, famílias encontram outras formas para o acesso”, explica.

A utilização de poços semi-artesianos e o bombeamento da água de rios e represas são alternativas acatadas pela população localizada em comunidades isoladas. O especialista aponta que a água vinda desses instrumentos não é recomendada, por apresentarem classificação 2 – quando são destinados ao abastecimento, após o tratamento simplificado. Esses poços, também chamados de caipira, apresentam um grande risco de poluição por pesticidas, nitratos, coliformes, etc. Toda e qualquer atividade no entorno, como esgotos e depósitos de resíduos sólidos podem afetar a qualidade da água, propagando inúmeras infecções nos moradores.

Silva reforça que é dever do Estado disponibilizar meios para o acesso à água potável. “Esse direito depende diretamente de ações realizadas pela instituição pública, que deve regular o exercício desse direito, assim como de ações individuais ligadas ao uso da água de forma racional e sustentável”, explica.